Conheci o crochê quando era menina. Minha mãe sabia
os pontos básicos pra fazer barrinhas em panos de prato e tratou de me ensinar,
pois toda menina deveria aprender as artes das linhas, da cozinha, e ser uma boa
dona de casa. Ensinou-me também alguns bordados, mas meu ponto era tão apertado
e os paninhos ficavam tão franzidos que desisti.
Anos depois, no ensino fundamental, nas saudosas
aulas de PPT - Preparação Para o Trabalho (alguém mais teve? lembra?)
praticávamos muitos trabalhos manuais e as linhas voltaram a fazer parte da
minha vida, mas sem grande relevância.
Foi perto dos 20 anos que vi uma revista de crochê
em uma banca e gostei dos tops e saias da capa. Comprei. Comprei linhas e
agulhas e comecei a seguir gráficos. As primeiras peças saíram meio tortas, mas
logo peguei o jeito.
Comecei a produzir blusas, saias, biquínis, saídas
de praia, vestidos. Muitos pra mim mesma, alguns para amigas e por encomenda.
Era um hobbye.
Nos anos finais da Faculdade, estava trabalhando
junto à Secretaria de Agricultura do Município e formando o primeiro conselho
Municipal de Turismo da cidade. Passei a conhecer e reconhecer o artesanato
como uma alternativa de renda para muitas famílias... Conheci e aprendi a fazer
peças rústicas e delicadas feitas em palha de milho, desde cestas até bonecas.
Conheci outros crochês, admirei o bordado em ponto de cruz. A porcelana fria,
esculturas em madeira, aprendi pinturas à óleo em tela, telhas e madeira, decoupagens,
artes em feltro e EVAs... meu encantamento só crescia por aquele mundo tão
peculiar da transformação, da criação.
Montamos uma Associação de Artistas e Artesãs, a Arte Nossa. Adquirimos uma barraca para
participar de exposições e feiras e assinamos um Convênio junto à Prefeitura
para locação de um espaço definitivo para comercialização dos produtos na
cidade. Dezenas de Associadas se beneficiavam do projeto, trocavam informações,
participavam de feiras e treinamentos e comercializavam seus produtos.
Paralelamente, na Faculdade, fiz meu TCC sobre a
viabilidade de Exportação do Artesanato e resolvi crochetar meu vestido de
Formatura. (você pode conhecê-lo AQUI).
O Tempo passou, com ele novos governos, com outras
prioridades e a Associação perdeu seu principal apoio – o da Prefeitura. Sem
incentivo financeiro e técnico, hoje está numa fase de hibernação.
Mudei de área dentro da Prefeitura, tive outros
focos e necessidades e deixei o “mundo encantado das artes” em segundo plano. Mantive
contato com as outras artesãs da Associação: algumas abandonaram os trabalhos,
outras estão em carreira “solo”.
Há três anos, por recomendação médica para
tratamento alternativo de uma depressão, voltei minha atenção para o artesanato.
Fiz algumas peças de madeira, mas meus amores revelaram-se novamente nas
linhas. Estou crochetando e aprendendo tricô. É um encantamento ver uma peça
tão delicada nascendo e crescendo através das minhas mãos, ao mesmo tempo que
aprender novas técnicas é um desafio.
Ainda trabalho na Prefeitura, pois escolhi a carreira
pública e nela fui feliz, mas sonho com o dia em que o artesanato ocupará de
vez meu tempo e projetos profissionais.
Neste mundo virtual tenho encontrado muitas artesãs
e crafters que admiro de coração. Como sou muito do toque, sinto não poder
abraçar cada uma e dizer o quanto seus trabalhos são lindos e o quanto suas
histórias tem sido importantes pra construir a minha.
Beijinhos
no coração e boas artes.
Maria Elisabete Silveira.
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirPassando para lhe avisar que o seu blog recebeu o selo - The Versatile Blogger Award (Versão G.0)!
Quando puder dá uma olhada: http://djhessicasilveira.blogspot.com.br/2013/09/selo-versatile-blogger-award.html
Beijos, sucesso!
Djhéssica Silveira.