sexta-feira, 19 de julho de 2013

O Crochê e Eu



Conheci o crochê quando era menina. Minha mãe sabia os pontos básicos pra fazer barrinhas em panos de prato e tratou de me ensinar, pois toda menina deveria aprender as artes das linhas, da cozinha, e ser uma boa dona de casa. Ensinou-me também alguns bordados, mas meu ponto era tão apertado e os paninhos ficavam tão franzidos que desisti.
Anos depois, no ensino fundamental, nas saudosas aulas de PPT - Preparação Para o Trabalho (alguém mais teve? lembra?) praticávamos muitos trabalhos manuais e as linhas voltaram a fazer parte da minha vida, mas sem grande relevância.
Foi perto dos 20 anos que vi uma revista de crochê em uma banca e gostei dos tops e saias da capa. Comprei. Comprei linhas e agulhas e comecei a seguir gráficos. As primeiras peças saíram meio tortas, mas logo peguei o jeito.
Comecei a produzir blusas, saias, biquínis, saídas de praia, vestidos. Muitos pra mim mesma, alguns para amigas e por encomenda. Era um hobbye.
Nos anos finais da Faculdade, estava trabalhando junto à Secretaria de Agricultura do Município e formando o primeiro conselho Municipal de Turismo da cidade. Passei a conhecer e reconhecer o artesanato como uma alternativa de renda para muitas famílias... Conheci e aprendi a fazer peças rústicas e delicadas feitas em palha de milho, desde cestas até bonecas. Conheci outros crochês, admirei o bordado em ponto de cruz. A porcelana fria, esculturas em madeira, aprendi pinturas à óleo em tela, telhas e madeira, decoupagens, artes em feltro e EVAs... meu encantamento só crescia por aquele mundo tão peculiar da transformação, da criação.
Montamos uma Associação de Artistas e Artesãs, a Arte Nossa. Adquirimos uma barraca para participar de exposições e feiras e assinamos um Convênio junto à Prefeitura para locação de um espaço definitivo para comercialização dos produtos na cidade. Dezenas de Associadas se beneficiavam do projeto, trocavam informações, participavam de feiras e treinamentos e comercializavam seus produtos.
Paralelamente, na Faculdade, fiz meu TCC sobre a viabilidade de Exportação do Artesanato e resolvi crochetar meu vestido de Formatura. (você pode conhecê-lo AQUI).

O Tempo passou, com ele novos governos, com outras prioridades e a Associação perdeu seu principal apoio – o da Prefeitura. Sem incentivo financeiro e técnico, hoje está numa fase de hibernação.
Mudei de área dentro da Prefeitura, tive outros focos e necessidades e deixei o “mundo encantado das artes” em segundo plano. Mantive contato com as outras artesãs da Associação: algumas abandonaram os trabalhos, outras estão em carreira “solo”.
Há três anos, por recomendação médica para tratamento alternativo de uma depressão, voltei minha atenção para o artesanato. Fiz algumas peças de madeira, mas meus amores revelaram-se novamente nas linhas. Estou crochetando e aprendendo tricô. É um encantamento ver uma peça tão delicada nascendo e crescendo através das minhas mãos, ao mesmo tempo que aprender novas técnicas é um desafio.
Ainda trabalho na Prefeitura, pois escolhi a carreira pública e nela fui feliz, mas sonho com o dia em que o artesanato ocupará de vez meu tempo e projetos profissionais.
Neste mundo virtual tenho encontrado muitas artesãs e crafters que admiro de coração. Como sou muito do toque, sinto não poder abraçar cada uma e dizer o quanto seus trabalhos são lindos e o quanto suas histórias tem sido importantes pra construir a minha.

Beijinhos no coração e boas artes.

Maria Elisabete Silveira.

Um comentário:

  1. Olá, tudo bem?
    Passando para lhe avisar que o seu blog recebeu o selo - The Versatile Blogger Award (Versão G.0)!
    Quando puder dá uma olhada: http://djhessicasilveira.blogspot.com.br/2013/09/selo-versatile-blogger-award.html

    Beijos, sucesso!
    Djhéssica Silveira.

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